26 maio, 2008

Contexto

O suor escorre pelo rosto,
Os olhos apertam,
Os corpos estão frenéticos
e ofegantes.

- vai, vai, vai…
- uhhhhhhh
- safado!
- vai com tudo, vai com tudo…
- atrás, atrás!
- olha a mãoooo, não bota a mãooo…
- uhhhhhhhhh
-ahhhhhhh
- meu deussss…
- animal ! Seu animal!
-seguuuraaaa…
- uhhhhhhh
- vai, vai, avança..
- continuaaaa…
- aaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh

e é golllllllll !!! É do Brasil sil sil sil…

Partida de futebol é assim mesmo,
sem o contexto o texto é muito gozado.


CRÉDITOS
A Galvão Bueno que narra o desfecho deste clímax.

Bureau de Criação - Pequenas Crônicas - Parte II

Só para situar os leitores, Cássio é um publicitário e Ricardo um advogado. Cássio e Ricardo como sempre, dividem o quarto e o beliche. Cássio na cama de cima, Ricardo na cama de baixo. São irmãos, vivem debaixo da saia da mãe. Ricardo é advogado de porta de cadeia e Cássio tem um bureau de criação composto de duas pessoas o que, na prática, significa que ele tem um dupla com cadastro de pessoa jurídica. O bureau de criação de Cássio, na prática, também não é muita coisa. Ele atende o telefone dizendo:

- “Bureau de Criação, bom dia”

quando na verdade ele está atendendo o telefone de casa mesmo. Dona Zita, mãe de Cássio, quando atende o telefone faz as vezes de uma suposta secretária, para dar mais pompa e credibilidade ao bureau. Seu Carlos, o pai, desempenha o papel de gerente administrativo e Ricardo simplesmente não atende o telefone.
A tática de Cássio, para dar mais glamour ao seu bureau e os clientes jurarem que eles são realmente muito ocupados, é deixar o telefone de casa fora do gancho e o celular desligado ou fora da área de corbertura.

- “ Ah seu Natércio, me desculpe, realmente estavamos em reunião por telefone com um cliente importantíssimo e meu sócio está em São Paulo. O senhor sabe né, com aquela fumaça fica difícil um celular pegar lá, é muita interferência.”

Outra técnica incrível que Cássio aplica é abusar da personalização no atendimento do cliente, quando na verdade ele o faz por não ter nenhuma estrutura para receber esse cliente. Um quarto com um beliche não é glamuroso.

- “Bom dia Zita, por favor ligue para o senhor Natércio e diga a ele que assim que pudermos marcar uma reunião, faço questão de ir onde ele estiver. Assim que ele responder, a senhora por favor transfira a ligação pro meu ramal.”

- Meu filho, venha tomar seu café da manhã e pare de ocupar a linha do telefone falando besteira.

23 maio, 2008

Gabriela, a caridosa, Ritinha a perigosa

Enquanto acendia um cigarro Gabriela assistia, quase sem piscar, o rumo que tomava a sua vida. Sempre passiva, quase vagarosa, Gabriela simplesmente não reagia às desditas de Ritinha, sua irmã mais nova. Ritinha sugava tudo o que havia em Gabriela. Sugava o sossego, o tempo, a paz e o dinheiro. Gabriela sempre cedia sem porfia.
Um dia Ritinha roubou de Gabriela o namorado, Antônio Carlos. No outro dia roubou as amigas, Marta e Luzia. No outro o cãozinho Pantopaz. Na outra semana, Ritinha imperdoável, roubou as roupas de Gabriela, e todos os seus sapatos, bolsas, batons e presilhas. E a tudo Gabriela assistia, quase sem piscar e sem porfia, o rumo que tomava a sua vida. Ritinha roubou os discos de vinil, as almofadas, cartas e fotografias do quarto. E Gabriela continuava fumando seus cigarros. Ritinha roubou os incensos, os bonecos de pelúcia, os bibelôs e os cortinados. Ao que Gariela respondia com a inerte fumaça do tabaco.
Um dia, porém, Ritinha cansou de roubar e, pela primeira vez, fez um pedido a Gabriela:

- Gabriela, dá-me um cigarro.

E Gabriela deu. Deu o cigarro, o isqueiro e os pulmões. Quanta caridade.

22 maio, 2008

Dona dos Vícios Parte II

Eu tenho mania de pintar as unhas
mania de dizer que alguém se parece com alguém
buscar fisionomias semelhantes
beber ice-tea de pêssego
comer toneladas de salada
mania de ir na contra-mão do mundo
mania de chamar as pessoas de xuxu
mania de fotografia
mania de falar com os cães como se me entendessem
mania de não usar azul (tema para um próximo post)
mania de cremes hidratantes
mania de ouvir muito pouca música
mania de dançar mesmo sem música
mania de ser teimosa
mania de ser seletiva
mania de ser complicada
mania de não saber fazer contas
mania de perder as coisas e de ser totalmente atrapalhada
mania de esquecer de tudo e no final tudo dar certo
mania de falar palavrão
mania de me apegar fácil
de adorar fácil
mania de me sentir a dona de todos os vícios
e de poucas virtudes
mania de adorar esse excesso de defeitos
mania de escrever.

e você, qual a sua mania?

21 maio, 2008

Wish List (Pearl Jam)

I wish I was a neutron bomb, for once I could go off.
I wish I was a sacrifice but somehow still lived on.
I wish I was a sentimental ornament you hung on
The christmas tree, I wish I was the star that went on top,
I wish I was the evidence
I wish I was the grounds for fifty million hands up raised and opened toward the sky.

I wish I was a sailor with someone who waited for me.
I wish I was as fortunate, as fortunate as me.
I wish I was a messenger, and all the news is good.
I wish I was the full moon shining off your camaro's hood.

I wish I was an alien, at home behind the sun,
I wish I was the souvenir you kept your house key on.
I wish I was the pedal break that you depended on.
I wish I was the verb to trust, and never let you down.

I wish I was the radio song, the one that you turned up,
I wish, I wish, I wish, I wish,
I guess it never stops.


CRÉDITOS

A Eddie Vedder.

Folhas secas

Folhas secas
flutuam
em algum lugar lá fora.
o frio das finas mãos
flutuam
nos teus flancos.
é fácil deixar pra sempre
a vida lá fora.
é mais difícil ainda ficar
pra sempre nesse conto
de fadas.
das folhas aos flancos
são distantes os caminhos
e esses sempre intocáveis.
o meu caminho são os flancos,
aqui dentro.
o teu são as folhas,
lá fora.

Dona dos Vícios

Um dos meus vícios é escrever.

As borboletas se foram. Deram lugar ao vazio. Ainda bem que foi cedo e foi logo por que acabam-se as expectativas. Quando dois mundos se chocam de tal modo que o atrito os impede de algum dia conviverem em paz é essa a hora de desviar a rota, de evitar o impacto. Ainda assim é ruim a sensação de se ver fora da órbita na qual estamos traçando um caminho. Se ver impossibilitada, por uma força maior, muito maior, esmagadoramente maior é, no mínimo, uma constatação de fraqueza e no máximo uma grande perda. Hoje só falo por parábolas, que entenda quem quiser. Hoje e sempre serei a dona de todos os vícios e todos os pecados, menos o pecado de trair a mim mesma.

15 maio, 2008

A estrela do nosso pulso

Eu tenho uma estrela no pulso. E minha irmã mais nova, Aimara, também. Fizemos para selar de vez nossa condição de irmãs. Hoje recebo dela este email, que me fez cair em lágrimas em plena agência, que me fez perceber que as melhores surpresas e os melhores presentes podem vir nas palavras de um email aparentemente banal:

"Hoje olhei para a minha estrela, e, pela primeira vez em sei lá quanto tempo, lembrei-me do por que de ela estar aqui.

Daqui a 5 meses voltaremos a fazer batidos e a bebê-los à beirinha da piscina, voltaremos a ficar horas a falar daquelas coisas que só nós três compreendemos umas nas outras, voltaremos a ser o trio fantástico, as charlie's angels de um metro e meio, voltaremos a ser tudo aquilo que somos quando estamos juntas, e que é impossível de ser quando falta uma." (Aimara)

Nunca, na minha vida, recebi um email tão lindo.
CRÉDITOS

À minha irmã Aimara, pelas palavras, pelo amor, cumplicidade, simplicidade, companheirismo, ternura, dedicação e por ter tatuado a minha estrela no seu braço. Por tudo, te amo.
À minha mãe por sempre ser o elo que nos une.

12 maio, 2008

Cortinas

Tem dias no ano, mas só alguns dias, em que qualquer pessoa pode acordar com qualquer compulsão. Não precisa ser apenas uma, podem ser várias no mesmo dia, que vão se desencadeando e tomando a vez da anterior quando esta é cumprida. Comigo foi assim ontem.


COMPULSÃO POR CORTINAS

Acordei com uma vontade inadiável de colocar cortinas no quarto. Tenho duas janelas no quarto através das quais Boa Viagem inteira pode me ver. São realmente janelas indiscretas. Uma dá para um prédio inteiro, a outra dá para duas varandas do prédio vizinho. Começo o dia realmente incomodada por ver a vida dos outros tão de perto e por ter a minha vida vista. Preciso comprar cortinas. Dia de ir ao shopping com a amiga, comprar as benditas cortinas, custe o que custar.


COMPULSÃO POR CONTAS

Ah sim, além das cortinas tenho de aproveitar o dia para pagar todas as contas que só posso pagar no shopping. Contas que dizem respeito a outro dia em que surgiram compulsões por roupas. Na verdade a compulsão começou pela minha mais-que-tudo redatora que precisava comprar roupas: ela não levou nada e eu comprei três peças. A outra compra, cuja conta eu tinha de pagar também, foi uma compulsão por calças, mas disso eu precisava.

COMPULSÃO POR SAPATOS

Sim eu sofro disso. Por mais que tenha sapatos de todas as cores, simplesmente nunca acho suficiente o que tenho. Por mais que eu tenha também apenas dois pés, eu pareço ter exatamente: 60. Sim, 30 pares de sapato por que já dei uns 10 pares só este ano. Então hoje foram 3 pares. Ainda bem que estavam em promoção por que por mais que eu tenha 60 pés, eles estão todos no chão.
Um scarpin rosa da barbie. Uma sapatilha prateada exatamente igual a uma que comprei no ano passado, na mesma loja e que eu, de tanto usar, já tinha desintegrado. Uma outra sapatilha azul ultra-mar. Adoro sapatos coloridos.


COMPULSÃO POR CORTINAS

A última coisa que fui procurar na shopping foi justamente a coisa que me levou ao shopping: as cortinhas. Jurandir Pires, não tinha cortinas largas, só compridas.
Não tinha o tubo ajustável à janela que eu tanto precisava para colocar a cortina sem precisar de furar paredes. Destino: Tok Stok. Encontrei os tubos, R$ 19,90 cada. Uma pechincha.

COMPULSÃO POR CHOCOLATE

Eu precisava comprar uma caixinha de chocolates que prometi a alguém. Mas não podia ser qualquer chocolate, então escolhi um que eu adoro: simples, ao leite, mas da Cia. do Cacau. Podia ter sido o meu preferido, Ferrero Rocher, mas isso fica para depois.


COMPULSÃO POR MC DONALD’S

Só tinha R$ 10,00 na carteira.
-Uma Mc Oferta Duble Cheese, com verdura e a bebida é coca-cola, por favor.
A outra extraterrena pediu uma Mc Oferta Cheddar.
Fomos nos entupir de porcaria e filosofar. A filosofia é tema para o próximo post.


COMPULSÃO POR PROJETO DE PESQUISA

Sim, precisava de um livro sobre ilustração publicitária, precisava mais que nunca desenvolver meu pré-projeto de pesquisa em cima disso, mas não há, na bibliografia da Livraria Saraiva, sequer da Livraria Cultura, alguma obra que aborde esse tema. Meu sonho é escrever um livro, mas não para hoje. Decidi mudar o tema do pré-projeto. Não quero ser eu, com meus parcos conhecimentos, a inaugurar uma obra do gênero.


COMPULSÃO POR CORTINAS

Pensaram que tinha acabado? Não. Não encontrei as cortinas no shopping, mas como acordei, desenvolvi mil compulsões e não resolvi justamente a que mais me incomodava, decidi que era hora de pôr as mãos na massa. Fui para casa da minha avó, peguei em dois pedaços de pano e fiz as cortinas. Eu fiz as cortinas.
Rosa barbie, para combinar com os sapatos.

Bola de Neve

Qualquer fenômeno, de qualquer espécie, que aconteça a qualquer pessoa, em qualquer lugar, dia ou hora, pode se transformar numa situação fora de controle, uma bola de neve em que nos envolvemos, que não conseguimos sair, mas que em alguma hora vai arrebentar. Invariavelmente somos tomados por uma energia qualquer que nos empurra contra um precipício e a isso assistimos na maior passividade ou, no pior dos casos, contribuimos para o empurrão final. E o que fazer numa situação como esta? Nos deixamos levar ao precipício rezando para que não seja tão alto? Usamos uma força motriz contrária para causar atrito e impedir a queda? Ou nos deixamos assistir a tudo, ficando a cargo dos outros aquilo que poderíamos evitar com as próprias mãos? E se cairmos e a queda valer a pena?
Pretendo me anestesiar a tempo de me esquivar do tal precipício. Por que uns são rasos, mas outros não têm volta. E a bola de neve? Essa já está imensa, gorda, pesada. Rolando escadas abaixo, esperando para atropelar as borboletas que estavam passando, ainda agora, por aqui.

07 maio, 2008

Preto

Hoje o dia amanhaceu cinza e eu também. Não sei se homem tem, mas mulher às vezes acorda assim, desbotada e aí sempre recorre à maquiagem para ver se ganha umas cores. Hoje foi o meu dia. Acordei querendo vestir preto por que combina com o meu astral de luto pessoal. Que triste. Mas acordei assim, como diz minha mãe, com a "pá virada", seja lá o que isso queira realmente dizer. Então, numa crise existencial tipicamente feminina, descobri que só tenho roupas pretas de dois estilos: ou blusas de ir para a academia, ou blusas de sair (à noite). Portanto, tecnicamente não tenho roupa preta, não posso sepultar meu humor. Meu guarda roupa é simples: branco, bege e verde. Cores claras, florzinhas, listrinhas, blusinhas meigas. Meus tempos de punk-rock-hard-core se foram e com esse tempo foram-se também minhas roupas pretas. Isso tudo por que hoje em dia, o preto me incomoda. Não consigo usar roupa preta de dia, por que me sinto pesada, sufocada e por que aqui faz um calor infernal. Mas hoje queria uma simples blusinha preta, preta de verdade, Cyan 100%, Magenta 100%, Yellow 100% e Black 100%. Ainda bem que no Japão e na Índia a cor do luto é o branco e isso eu tenho de sobra no guarda-roupa: que venha a blusinha branca. Fazer o quê não é?

06 maio, 2008

O dia de hoje

Hoje o dia está melhor. O sol está mais cor de rosa, o azul do prédio está mais cor de rosa, a flor amarela está mais cor de rosa. Enfim, e aos poucos, a vida vem recobrando a sua cor original: o rosa. Não sei qual a cor da vida de vocês, a minha é rosa por que é uma cor que eu não visto, que eu vivo.
Acordei enrolada no meu lençol de flanela, por que amo flanela até com calor, tomei um banho frio e comi um iogurte. Fui para o trabalho a pé por que estou sem carro e realmente é muito perto de casa. Bom para as panturrilhas. Trabalhos, pits, alterações, coisas. Minha mais-que-tudo redatora me convida para provar o feijão divino de Maria. Catarina desfila mais um look saído da Vogue direto para a agência: muito bom gosto nessa menina.
Chega o almoço e vamos comer. Feijão divino mesmo. Suco de cajá perfeito. "Amiga que apartamento lindoooo!!! Ah eu também quero casar e ter um assim pra mim." Conversa de mulher. Depois do almoço, elixir bucal que mais parece ácido muriático.
Voltando pra agência o telefone toca. O resto ninguém precisa saber, só eu. O dia realmente está muito cor de rosa.


CRÉDITOS

À pessoa que sempre me liga e eu nunca atendo e que sempre é uma surpresa bem-vinda.
À minha mais-que-tudo redatora Anninha, que me deu uma flor amarela em nome da pessoa que sempre me liga e eu nunca atendo. Adorei a flor.

04 maio, 2008

Borboletas

Não sei bem se na língua portuguesa existe esta expressão, mas sei que em inglês existe qualquer coisa do gênero: "you give me butterflies". Seria algo como "você me provoca borboletas" no estômago claro. A sensação é sinistra. Realmente parece que temos algumas borboletas esvoaçando no estômago. É um misto de ansiedade e desconforto que aparece quase sem explicação. A única explicação que se tem para isso é de ordem quimico-fisio-psicológica. O corpo responde a milhões de estímulos químicos e psicológicos e transforma toda essa informação em suco gástrico direto no meu estômago (aqui entra a parte do fisiológica). E tudo isto acontece por que estamos, em algum momento do nosso dia, desarmados, sujeitos a qualquer coisa que possa acontecer. E acontecem coisas incríveis quando estamos desarmados, tudo fica mais próximo, mais intenso e consequentemente, mais cheio de borboletas. Elas são leves, mas pesam horrores no estômago. E deixam essa sensação de desconforto, impotência e vazio o tempo todo.

02 maio, 2008

Pão com mortadela

O quarto está uma zona, e eu estou comendo pão com mortadela. Não que isso interesse a alguém, mas eu precisava de alguma coisa no texto que justificasse o título e como eu não tinha título para este texto (que eu nem sabia o que escrever), surgiu o pão com mortadela.
O quarto está uma zona por que estou me mudando. Mudando de quarto, mudando de casa, mudando de vida. Minha vida vai ficar mais simples: vou morar na rua da agência onde eu trabalho. Menos gasolina, mais dinheiro, mais coisas legais pra fazer.
Fora tudo o que está mudando por fora, tem o que está mudando por dentro. Estou galgando numa verdadeira viagem à procura do "eu perdido". Quando você se olha no espelho e não se enxerga mais, quando você percebe que tudo o que você mais admirava em você mesmo está com a tinta deslavada, é por que é hora de trocar o espelho. O espelho é que está quebrado. E você vá tratar de resgatar o brilho das cores, por favor. Eu já estou fazendo isso e acreditem, minha escala de pantone está cada vez maior.
Consegui uma melhor amiga, a segunda extra-terrena deste blog, e com ela reaprendi o que eu outrora praticava na maior das descontrações: viver sem pensar nem no amanhã nem em ninguém. Amanhã é amanhã. Então não me pergunte o que eu vou fazer amanhã, por que eu não vou poder dar certezas. "E num é que tá dando certo?" Se me chamar pra bater um prego na esquina eu tô indo. Por que agora eu estou com sede, sede de absolutamente qualquer experiência sensorial psicossomática (aulas de psicologia dão nisso). Os que participam do meu dia, percebem minha mudança. Muito poucos estão de fato carregando minhas caixas de tralha transbordando. Muito poucos estão carregando as malas das minhas novas roupas, mas os poucos que estão fazendo isso (ainda que não saibam) estão, ainda que em prestações, pagando o meu novo espelho.