19 setembro, 2011

uma verdade inconveniente

Ok. Este texto não tem nada a ver com o famoso filme de Al Gore sobre aquecimento global, mas eu prometo que este texto vai sim, dar uma esquentada na sua percepção sobre certas coisas.

Acontece que ter amigos homens desses próximos, que partilham seus segredos e que, vez ou outra, dividem também os grandes mistérios do mundo masculino, tem lá suas vantagens, nem que essas vantagens me façam passar bem próximo da síncope emocional.

Conversando com um desses amigos sobre os destinos dos romancezinhos frustrados, aqueles que começam bem e que, por algum infortúnio inexplicável, acabam em merda eis que, dessa conversa, surge uma das respostas mais urgentes do universo: dar ou não dar?

Não arrumei palavra melhor além de "dar" para explicar a situação. Tá lá, a garota paquerando (paquera é tão anos 80!) o cara há um bom tempo. Ficou encantada, diz ela. Da paquera pra ficada propriamente dita é quase rápido por que, nos dias de hoje, a moral e os bons costumes cof cof cof se afogam rapidamente no copo de vodka mais próximo. E depois da química estabelecida entre os dois (a única matéria de exatas que ela usa na vida prática), do beijo perfeito ela, mulher moderna, decidida, independente se pergunta: sim ou não? dou ou não dou? cumpro ou não cumpro a regra do "só-no-terceiro-encontro"?

Ao que eu respondo: não dê.

(se der, desapareça pelos próximos 15 dias e seja uma vaca, nojenta, carrasca dos infernos: o importante é agir como se ele fosse o último cara pra quem você quisesse dar novamente, no universo.)

Esse "dar" para uma mulher envolve uma série de questões que vão desde a necessidade de afirmação/se sentir gostosa até outros sentimentos mais complexos que geralmente são os responsáveis pelo final infeliz dessa história. E esse "dar" é mais abrangente do que simplesmente oferecer nosso corpo pro abate. Em geral é "doar" e doar pra malandro é um assalto consentido.

Mas vamos supor que somos todas lindas e resolvidas e que o sujeito em questão está todo encantado pelo nosso "jeitinho", e que tudo tem tudo pra dar certo, os ventos estão favoráveis, os astros estão no alinhamento perfeito, o universo conspira positivamente e aí a gente resolve liberar né? Vamos supor isso? Agora vamos descobrir no que isso vai dar?

Porra nenhuma.

O sujeito em questão não tem a sutileza/sensibilidade de perceber as coisas além da obviedade maçante dos padrões da vida dele. Por isso jamais vai achar que você gosta dele de verdade, afinal ele é um escroto e quem gostaria de um escroto né? Nunca vai perceber que você está dando pra ele por que ele merece, por que ele te faz feliz, por que você o elegeu como o cara que vai receber toda a sua gratidão sexual/emocional, por que você enxergou qualquer coisa interessante ali.

O sujeito em questão jamais vai levar em conta que o fato de você dar pra ele significa que você foi desarmada por alguém a quem você quer tão bem. Não ma friend! Você vai passar de garota encantadora/inteligente/diferente/intrigante, a mulher fácil, sem desafio, sem graça e, portanto, sem futuro, em apenas alguns dias. E seu telefone nunca mais vai tocar.

E ele vai te ignorar para todo o sempre, vai catar mais uma dezena de meninas depois de você e todo aquele encanto perdido vai permanecer mais perdido que tesouro de Indiana Jones e não tem nada que você possa fazer pra recuperar essa arca perdida. Não tem reaproximação nem simpatia, não tem desprezo ou ausência, não tem texto que dê jeito. Você virou apenas mais um número da lista dele. Na lista negra claro.

Podem existir exceções à regra, mas a equação é quase tão certa quanto dois mais dois serem quatro. Infelizmente, por mais nojento que possa parecer, o começo de qualquer romance/aventura/pegação, ma friend, é um jogo no qual aquele que se importa menos é o que vence e acredite: esse jogo primeiro tem que ser jogado FORA da cama.

Créditos e agradecimentos ao meu amigo, que confessou que sim, todos os homens no fundo são quase iguais e sim, todos acham que mulher é uma presa à solta e que legal mesmo não é traçar, é caçar.

16 comentários:

  1. Amei esse post. Quando tiver inspiração, corre aqui e escreve sobre a intolerancia à burrice. Estou me sentindo tão assim ultimamente... A burrice alheia tem me dado arroubos de raiva, o que me faz pensar que sou um péssimo ser humano nessas horas.

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  2. Concordo completamente, Carol! Seu texto está perfeito! Ah, e dá na terceira tb não salva grandes coisas ;)

    bjão!

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  3. Carol é, sem dúvida, a portuguesa mais recifense que eu conheço.
    ;)
    Agora suponha que o encantamento surja em outra situação. Voce está viajando, fora do seu país/estado/cidade natal e conhece esse cara. Ele vale a pena. Mas é maluquice pensar em relacionamento.
    E aí, dar ou não dar? Mesmo pergunta, situação diferente, nóias parecidas na cabeça. No final das contas, acho que o que conta mais é o quanto a mulher se sente confiante. Ao menos uns 30% da decisão residem nisso.

    O resto é o tal encantamento.

    ;)

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  4. Ei Fredinho... fora do país é outra jurisprudência! hahahaah não conta e é permitido fazer o que quiser...num vai dar em nada mesmo! Mas quando é perto, mesmo com toda a confiança do mundo, o cuidado tem que ser dobrado: confiança pode ser apenas uma membrana que impede de enxergar direito. hahahaha

    beijooo

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  5. Apesar de ja ter tido relacionamentos de vários anos e outros de apenas uma noite, entendo muito pouco sobre relacionamento e muito menos sobre mulher. Mas entendo bem como funciona a cabeça do homem e concordo com voce. Digo as minhas amigas que sempre fracassam no amor, que se eu fosse mulher só "daria" após o casamento, e elas sempre zombam de mim, com toda razão já que esse pensamento é incoerente com a micareta que vivemos. Mas reafirmo e quase garanto que o sucesso está aí. Levando em consideração que o sonho de quase toda mulher é casar, você não "dando" vai acelerar esse processo. Se analisarmos o passado e a nossa realidade hoje, os casamentos de antigamente duravam mais, e hoje quase nenhum homem pensa em casar e os casamentos de hoje não duram tanto como antes. Será que isso é devido ao fato das mulheres estão "dando" mais facilmente? Lembrei dos meus avós que casaram virgens e recentemente completaram 60 anos de casamento, deve ser coincidência. Infelizmente esse conselho não serve mais para 99% dos casais de hoje. Mas se quiserem tentar sintam-se a vontade. Só não tentem comigo!

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  6. Show Carol! Eu tb tô cercada de amigos homens, companheiros de trabalhos homens e sei bem que isso é verdade!

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  7. eu ainda me arrisco a dar quando eu quero, na esperança de encontrar um macho que num faça disso um problema e enxergue além do "pronto, agora que ela me deu, próxima!" =/

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  8. hehehehe todas nós fazemos isso gatammm. em vão! kkkkkkkkk é foda...

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  9. Ja tive relacionamentos onde transamos na primeira noite, e aquilo, pelo contrario do que se esperava foi crucial pra eu me encantar, a maneira como aconteceu, o fato de ter dormido junto e ainda estar junto de uma garota desencanada que fez aquilo sem aquele papinho de "você deve ta pensando besteira de mim porque te dei na primeira vez" ( ô papinho feioso) e sim um papo bom, foi encantador e principalmente , maduro. E sim, liguei no outro dia, doido pra encontrá-la novamente, e no outro e no outro e aquilo virou um namoro.

    Concluindo, nao acho que o dar ou nao dar decidem nada, quem decide algo é o comportamento que se tem antes durante e depois da trepada, a maneira como tudo acontece, e o tipo de cara pelo qual a garota anda sentindo tesao. nao to dizendo pra menina perder a sensibilidade de se doar, mas ainda nao é caso perdido. se doar é bom, ser romantico é otimo, é bonito. mas , "Romanticos sao loucos, romanticos sao poucos... "

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  10. Eduardo Lima fazendo escola! E ensinando as mulheres que sim, os homens são escrotos, preconceituosos, machistas e muito babacas. E que sim, quem pensa é, somente a cabeça de baixo e ainda bem que nós, mulheres, não nascemos com essa deficiência cognitiva.

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  11. e vocês adoram isso! fato. o mundo é assim, sempre foi assim, sempre será assim. a nao ser que a diversidade tome conta. =) saudade de tu

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  12. Não concordo...
    já pensei assim antigamente... mas.. putz..
    Vc saiu, primeiro encontro, rolou química... deu vontade.. nao vai dar pq?
    pra nao acharem q vc é puta?
    ahh pelamordeDeus.
    Recomendo esse blog www.cemhomens.com.br
    para homens e mulheres abrirem a cabeça um pouco!

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  13. opa, é sem o br

    http://cemhomens.com/

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  14. Não não anônimo...a questão não é o cara achar a mulher puta nem nada...a questão é que, caso a mulher esteja a fim dele (a fim pra mais de uma noite), ela não pode ser tão "acessível" por que o cara, com certeza, não vai se interessar.

    A mente aberta funciona pra uma noite, pra um "relacionamento" sem compromissos, sem futuro...mas pro cara se apaixonar...não funciona não. E infelizmente isso não é escolha feminina. Eles funcionam assim...como o próprio Eduardo aí em cima diz: colecionando mulheres.

    Mas valeu pela dica do siteee! vou visitar e dar uma lidinha báááásica! :P

    beijoss

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  15. anônimo...acabei de entrar no blog e ameii! =DD

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  16. EEEEi Carol, sabe de uma coisa? Acabei de virar sua fã minina!! kk
    escreve muito bem, parabéns!

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