24 maio, 2011

maratona

eu queria correr. desenfreadamente, sem limites, para onde o único destino fosse aquele imposto pela medida da minha exaustão. eu queria correr para longe, distante o suficiente, para ouvir apenas os meus passos, onde o som mais intenso fosse o arfar da respiração. eu queria correr numa só direção, numa estrada reta, sem horizonte. correr num ritmo constante e sem fim. eu queria sentir o vento secando a pele, do meu esforço, tirando meus cabelos do rosto. eu queria chegar ao fim e começar de novo. correr sem rumo ou descanso, sentindo cada músculo ardendo no corpo, sentindo a dormência do sangue em movimento. eu queria correr até me faltar o fôlego, até abrir o peito, e solto, poder sair do chão. e que seja qual for o fim do percurso, que seja a minha companhia o silêncio que só a ausência permite, ao coração.

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