22 novembro, 2012

porto seguro

A idade da Esperança: obra do equatoriano Oswaldo Guayasamín

Porto seguro: Um local que os navios atracam em segurança. Amparo. Confiança. Alguém que está sempre ali, transmitindo força para lutar.


Existem poucas pessoas assim. Mas existem. Pessoas cujo nome acompanha essa denominação de "porto seguro". Pessoas que são como rochas inabaláveis que aguentam, intactas, o bater furioso das nossas ondas. Eu vou e volto. Fortaleço e esmoreço. Renovo e canso. Sorrio e choro, mas meu barco tem sempre um porto para voltar. Posso contar nos dedos as pessoas que são assim, que perto ou longe me dão esse abraço de esperança. Que aliviam o peito e acalmam o coração com meia dúzia de palavras. Que me inundam de um conforto que eu não posso explicar. Que carregam meu coração nas mãos e colocam pra ninar. Que me fazem dormir sorrindo e transformam meu medo em confiança para lutar.

Essas pessoas são raras, mas são certas. É quase dificil identificar, mas quando menos esperamos, estamos acomodados, dentro dos seus braços, protegidos e salvos. Amam minhas loucuras e meus defeitos, compreendem meus desesperos e, se for preciso, gritam junto comigo. Minha maré sobe e desce. Meu convés alaga e esvazia. Minha vela debate, enfurecida, ou navega suave, na brisa. Meu leme apruma ou desgoverna. A proa sacode, alerta, mas meu navio sem destino, tem um lugar pra voltar.


Sem comentários:

Enviar um comentário