imagem daqui. |
Te engoli em seco pela fome e, com desespero,
devorei cada palavra tua como a última garfada
de uma rara refeição.
Saboreei teu gosto com cuidado
e senti no corpo cada tempero usado
na tua fabricação.
Li tua receita de cabo a rabo,
que me aquecia em lume brando.
Decorei todos os ingredientes
e de cada um anotei cada porção.
Sorvi cada um dos teus poucos gestos,
fervidos na lentidão de um banho maria.
Deixei teu aroma penetrar nos meus poros,
invadir meu olfato e deixar o gosto na língua.
Mas você me deu indigestão.
Várias colheres de palavras não curam
esse embrulho no estômago, esse soco sem mão.
Vários beijos não remendam essa azia
insistente e ardida no estômago.
E no coração.
Ca-rol! tô boba.
ResponderEliminarQue texto lindo, gente.
Lindo demais Carol!
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