12 outubro, 2011

Inferno astral

12 de outubro de 2011: inferno astral. Faltam quatro dias para o meu aniversário e aí está uma data que nos deixa sensíveis a reflexões. Vou fazer 26 anos e algumas questões de ordem psicofisiológicas começam a tomar proporções gigantescas nos meus pensamentos cotidianos. 

A maioria das minhas amigas está casada/namorando-prestes-a-casar, então por que será que eu não sinto a urgência de um compromisso tão sério quanto um casamento perfeito e uma casa com filhinhos? Não era suposto que eu, depois de 3 anos com o meu namorado, estivesse louca para entregar meu coração pra sempre em forma de uma linda aliança no dedo, como todas as meninas sonham? 

E por que cargas d'água eu prefiro dançar loucamente numa balada, embriagada de um bom vinho, sem hora pra dormir, enquanto as meninas da minha idade preferem cinemas e cartas de amor ou cerveja e caranguejo, numa mesa de bar? Podem parecer questões idiotas, mas influenciam enormemente a minha vida quando, em pleno fim de semana, eu não tenho com quem sair por que ninguém próximo na minha vida, se comporta como eu. 

Serei eu uma adulta presa na sede desmesurada de viver? Na urgência adolescente do excesso? Qual foi a aula da vida que eu perdi e que, aparentemente, todo mundo assistiu? Ou pior, qual foi a aula que eu assisti sozinha, na primeira fila, prestando tanta atenção? E qual foi o vagão do trem que acalma os ímpetos, a mente e o coração das meninas acima dos 20 anos, que eu deixei passar?

8 comentários:

  1. Eu não sei as respostas para essas perguntas, porque eu tenho as mesmas dúvidas. Então, eu ofereço um abraço e um beijo na testa.

    Pode não ser muita coisa. Mas, ao menos, é um começo.

    =*:) << (Beijo na testa)

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  2. To que nem vc, ano passado dispensei um namorado de 6 anos, por que ele queria loucamente que eu quisesse casar e ja ter tido filhos... não me encaixei nisso =/ E hoje me pergunto "pq fiz isso?" Minhas melhores amigas comprando apartamentos pra dividir com os amores, com filhos e sempre conversas sobre casamentos ... e eu na contra mão... que é que acontece cmg? Coincidências a parte, também to no meu inferno astral pra os 26

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  3. Saiba que não é a única a se sentir assim. Bem-vinda ao clube :)

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  4. Calma, ninguém está obrigado a seguir os dogmas sociais casamenteiros. Aliás, Graças a Deus, não mais. Talvez você precise de uma solidão deliberada. Não sei se é o seu caso, mas vou te contar o que me aconteceu. Passei por essa crise há 03 anos, e larguei um namoro de 06 anos, também prestes ao casamento. Sentia sede de juventude, de liberdade, da infinitude das possibilidades. Vivi intensamente esse ímpeto e foi maravilhoso. Mas, então, sozinha, percebi a liquidez e a falta de essência nas coisas e, sobretudo, nas pessoas. Cadê a vida que eu procurava? Vida vazia. Caí na armadilha que Lacan havia me alertado: a possibilidade de escolher tanto e acabar não escolhendo nada. Olhava ao redor: vazio. E o vazio da solidão imposta começou a se instalar dentro de mim. Somos jovens. Achava que eu ainda teria tantas pessoas pra me conectar, pra viver, pra contar histórias e com o que vc se depara na realidade? Com pessoas vazias, superficiais, descartáveis e líquidas. Como no filme "Before Sunset", os personagens constatam que, na maturidade, percebe-se o engano falacioso da juventude: a verdadeira conexão só ocorre raríssimas vezes na vida. Penso, talvez, que a maturidade para o casamento surge daí. Até porque a instituição do matrimônio tem moldes muito diferentes das gerações passadas: hoje, as pessoas se casam unicamente pelo amor [em maioria, claro]. E o que aconteceu comigo? Da aversão ao casamento, passei a desejá-lo. Como um núcleo de verdadeira essência, onde se tem alguém compartilhando da efemeridade, da finitude, e dos prazeres simples da vida. Acho que tudo isso tem tão mais peso e verdade pra mim. Quando se tem a noção muito próxima da morte, no sentido de que, a vida é agora, priorize o que te é essencial, o que te cativa - o que te cativa? - Sempre me pergunta o espectro de Exupéry. O casamento toma outras formas pra mim - de uma felicidade muito plausível: que seja intenso, verdadeiro e sólido enquanto dure. Mas, calma: essa é minha atual visão. Sempre bom lembrar que não existem paradigmas, né? Ainda mais imutáveis. A minha história é a minha história. Siga o que te faz feliz, porque, se existe um sentido pra vida, é exatamente este, ser feliz. Beijos!

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  5. Bate aqui, bee! Você me descreveu.
    =*

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  6. Calma Carol, não se desespere. Quer saber casar e ter uma família pode até ser bom, mais quando isso acontecer você não vai poder sair com as amigas, tomar umas taças de vinho ( cá ntre nós ... ninguém é de ferro né ?), e olhar para esses cariocas lindos que estão ao seu redor . Aproveita enquanto é solteira e desempedida, saia mais, beije mais ( desculpa a sinceridade ), aproveite mais e lembre - se que se você ainda não está casada e nem com vários filhos é porque ainda não está na hora disso acontecer . Acorda garota, como eu disse ali em cima, aproveite mais porque a coisa certa acontecerá na hora certa .
    Beijinhos, e desculpa se não gostar da minha sinceridade.
    Adoro você e seu cantinhos aqui .
    Esther Alana !

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  7. Tenho 20 anos tb e horror a compromissos... Ninguém me entende, estou com um carinha há dois anos, mas sempre que ele me pede em namoro digo veemente não... precisando de ajuda tb...

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  8. Carol, quer ser minha amiga? Eu nunca vi alguém descrever tão bem o que eu sinto...nem eu mesma.

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