05 março, 2009

Madalena

Madalena corre contra o tempo e contra a vida, mas encontra em certos braços a calmaria. Passam as horas, passam os dias, e Madalena vê seus passos cada vez mais leves, como se o que vivesse fosse apenas uma grande alegoria. A respiração é suave, todas as manhãs. O corpo flutua e Madalena tem todos os seus poros em alerta. Todo o vento que passa é mais uma dança dos cabelos. Todos os passos dados é a certeza de que está cada vez mais longe do chão. Madalena já quase não sente as próprias mãos. Vive um sentimento desconhecido que, ao contrário de todas as outras histórias da sua vida, está sem pressa de conhecer, sorvendo com muita calma todos os instantes. Como se fosse uma bola de sorvete de creme que não derrete na boca. Madalena consegue fechar os olhos e não pensar em nada, consegue dormir sem recapitular o dia, consegue acordar sem pensar no futuro. Pela primeira vez na vida, Madalena está tranquila como nunca esteve. Pela primeira vez na vida Madalena sente que não deve à vida a necessidade de ser, tão intensamente vivida, por que hoje, Madalena prefere acordar ao lado de quem lhe acalma e sentir que o seu corpo é apenas uma folha de papel à deriva.

3 comentários:

  1. em tempos nao haviam esses braços e sim o meu pé carinhoso :(

    love,
    cow

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  2. Madalena vive um dia de cada vez e talvez seja capaz de perceber os acontecimentos incríveis e grandiosos que a Maria tanto procura.

    Xêro

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  3. Janaaaaaaaaaaa, cá estou prestigiando nao apenas o blog ou você, mas as PALAVRAS! Sobretudo aquelas que são extensão de quem somos. Adorei os textos que li. sao muuuuitos! Um dia termino de ler todos! beijo grande

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